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Norte de SC ganhará um novo porto

Norte de SC ganhará um novo porto Imagem mostra o porto de Itapoá; o novo empreendimento vai ficar próximo. – Foto: Divulgação ND

Norte de SC ganhará um novo porto

De propriedade da Coamo, maior cooperativa agroindustrial da América Latina, o novo porto já tem terrenos comprados há pelo menos seis anos e agora está na fase de estudos ambientais. Essas análises, explica Edenilson Carlos de Oliveira, diretor de Logística e Operações da Coamo, são para medir o impacto ambiental e estabelecer medidas compensatórias. É feito todo um trabalho de estudo da fauna e da flora tanto terrestre quanto aquática, com retirada de amostras nas quatro estações do ano, para mensurar o quanto de impacto ao meio ambiente o empreendimento poderá trazer. “É uma grande caminhada até a instalação do porto. Conseguimos as licenças para fazer os estudos de impacto ambiental para, depois, buscar as licenças e alvará de construção”, acrescenta o diretor. Segundo ele, a Coamo está sempre conversando com a Prefeitura de Itapoá a fim de adequar o empreendimento ao plano diretor do município. “Conversamos bastante para estar em consonância com a regulamentação municipal”, sublinhou Edenilson Carlos de Oliveira.

Grãos e líquidos

O novo porto será de graneis (grãos/farelo); óleo bruto de soja e importação de matéria-prima para fertilizantes por meio de parceiros. Irá usar o mesmo canal da Baía de Babitonga para tráfego de navios. Inclusive já tem validação da Capitania dos Portos (Marinha). Além de ser um ponto estratégico do ponto de vista logístico, a escolha de Itapoá se deu pela área de calado (altura da parte do casco do navio que fica submersa). Essa medida é um limite que garante a segurança da navegação e permite que navios de maior porte possam atracar no terminal.

Demanda vai crescer

Questionado sobre a possibilidade de concorrência com o porto de São Francisco do Sul, que também trabalha com grãos, o diretor explicou que é preciso pensar na agricultura como um todo, que vem crescendo nos últimos anos e a produção evoluindo. Ou seja, com ajuda da tecnologia e novos métodos, é possível produzir mais na mesma área. Isto quer dizer que nos próximos anos a demanda vai crescer muito, necessitando de novos terminais portuários e ampliação da logística para despachar a mercadoria. Edenilson Carlos de Oliveira comentou não é possível, neste momento, estimar a quantidade de movimentação de carga. Mas as rotas de exportação devem ficar entre Ásia e Europa.

Vantagens para Itapoá e SC

Toda movimentação econômica traz riquezas para o município, Estado e País, defende o diretor da Coamo. “Gera emprego, necessidade de prestação de serviço, recolhimento de impostos, desenvolve toda uma cadeia. São Francisco do Sul é um exemplo claro disso. Se tirar o porto, como fica a economia?”, frisa Oliveira. Neste momento, entretanto, ele não soube estimar a quantidade de empregos diretos e indiretos do novo porto de Itapoá porque vai depender do modelo. Por exemplo: num primeiro momento, o novo terminal de Itapoá poderá operar apenas com exportação de grãos e, com o tempo, ir agregando operações, como líquidos (óleo de soja bruto) e importação de fertilizantes. “Se pensarmos só em grãos, por exemplo, cerca de 80 empregos devem ser gerados”, acredita o executivo.

Investimento

O investimento aproximado do novo porto fica em torno de R$ 800 milhões, mas, novamente, o valor pode mudar de acordo com o modelo de operações. O novo porto deve entrar em operação em cinco anos. Pelo menos, esta é a expectativa da Coamo, que hoje está presente com cinco unidades no Oeste catarinense e exporta óleo bruto de soja via Porto de Paranaguá (PR) e Porto de São Francisco do Sul. (Fonte ND RAQUEL SCHIAVINI SCHWARZ, JOINVILLE - 21/07/2021).