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São Francisco do Sul, Berço dos Catarinenses comemora 518 anos no dia 05 de Janeiro Destaque

São Francisco do Sul,  Berço dos Catarinenses comemora 518 anos no dia 05 de Janeiro Quadro Pintura en Tela Kurt Hermann

São Francisco do Sul,  Berço dos Catarinenses comemora 518 anos no dia 05 de Janeiro

O berço da colonização catarinense começou em 1504, quando aqui chegaram os franceses. Em 05 de janeiro de 1504, lançava âncora nas águas da baía de Babitonga abordo da Nau “ L’Espoir”, cuja e expedição financiada por comerciante da Normandia(França), partiu do Porto de Honfleur em 24 de junho de 1503, sendo comandada por Binot Paulmier de Gonneville, o qual passou a ser o descobridor da ilha de São Francisco, onde teve o iniciou da história dos catarinenses que quase 500 anos.

 

O Município

História

Aqui, primeiro chegaram os franceses. Em 05 de janeiro de 1504, lançava âncora nas águas da baía de babitonga a nau “L Espoir”, cuja expedição financiada por comerciantes da Normandia (França), partiu do Porto de Honfleur em 24 de junho de 1503, sendo comandada por Binot Paulmier de Gonneville, o qual passou a ser desta forma, o descobridor da ilha de São Francisco. Para deixar um marco nas novas terras, foi construída uma grande cruz de madeira, a qual foi plantada num outeiro com vista para o mar; em devota cerimônia, tendo sido escolhido parcial, o dia de Páscoa de 1504. Nela estava gravada, de um lado, o nome do Santo Padre, o Papa de Roma Älexandre VI”; do Rei Luis XII; do senhor Almirante da França, Louis Mallet de Graville; do capitão Binot Paulmier De Goneville, burgueses e companheiros, do maior até o menor. Do outro lado foi gravado um dístico numeral latino composto pelo Senhor Nicole Le Febvre, que de gentil maneira declarou a data da chantadura e quem a havia chantado; e ali estava: “Hic Sacra Palmarivs Posvit Gonivilla Binotvs; Äqui Binot Paulmier De Gonneville plantou este objeto sagrado, associando em paridade a tribo com a linhagem normanda”.

A amizade entre os franceses e os índinm os Carijós foi tão profunda, que o chefe Arosca, consentiu que o seu filho Iça-Mirim, seguisse viagem para a França, com a promessa de retornar após vinte luas (vinte meses).

Partiram da nova terra, no dia 3 de julho de 1504, entretanto, Içá-Mirim jamais regressou, porém em 1521 casou com uma sobrinha de Binot, de nome Suzanna, com a qual teve 14 filhos, vindo a falecer na França, somente no ano de 1583, com a idade de 95 anos.

Os espanhóis chegaram a São Francisco do Sul, em 1553, no bergantin “La Cocepcion”, permanecendo até 1555, cuja expedição de Juan de Sanabria, enviada por Carlos V o poderoso rei da Espanha, trouxe no seu bojo, a imagem de Nossa senhora da Graça, esculpida em uma única peça de madeira, e que se encontra até os dias de hoje na Igreja Matriz, cuja construção data de 1699, sendo usado para tanto, pedra, argamassa feita de areia, cal de concha e óleo de baleia. Foi neste período que nasceu na Ilha, o ilustre Frei, Dom fernando Trejo y Sanabria, Bispo de Tucumã, fundador da Universidade de Córdoba na república Argentina, tornando-se assim, o primeiro filho ilustre de Santa Catarina e do Brasil.

O efetivo povoamento da região de São Francisco do Sul iniciou em 1658, pelos Portugueses Vicentinos, com Manoel Lourenço de Andrade.

A povoação foi elevada à categoria de Vila em 1660, com a denominação de vila de Nossa Senhora da Graça do Rio São Francisco, e em 1665 a Vila foi elevada a categoria de Paróquia. Em 1720, importante para a evolução da Vila foi a vinda, em correição, do Desembargador Rafael Pires Pardinho.

Pardinho organizou os negócios da Justiça e Administração, limitou o termo da Vila (que ficou dividida ao Sul com Laguna e ao Norte com Paranaguá), determinou que o cargo de Capitão-Mor fosse preenchido através de eleição, demarcou as terras do Rocio (zona rural), autorizou a construção da Casa do Conselho e da Cadeia, levantadas ao lado da Igreja Matriz.

Deixou ainda, a orientação aos Juízes, Oficiais da Câmara e aos “homens bons de governança”, para frequentarem o culto divino, dando exemplo aos demais moradores da Vila.

Inicialmente, a Vila de São Francisco pertencia ã Ouvidoria de São Paulo, passando em 1723 ã jurisdição da Ouvidoria de Paranaguá. Após a criação da Ouvidoria da Santa Catarina, em 1729, iniciou-se um impasse que persistiu até 1831. Por questões de limites, São Francisco continuava pertencendo ã jurisdição da Ouvidoria de Paranaguá, embora os Governos Civil e Militar fossem exercidos pela Ouvidoria de Santa Catarina.

Tal impasse foi solucionado somente no ano de 1831, quando o Governo Imperial, por solicitação do Vice-Presidente do Provincia, Nunes Pires, determinou a anexação da Vila de São Francisco à jurisdição de Santa Catarina.

São Francisco do Sul foi elevada à categoria de Cidade em 15 de abril de 1847. 

A Ilha de São Francisco está localizada no litoral norte do Estado de Santa Catarina, no qual se encontra a cidade histórica de São Francisco do Sul.Na parte continental, integrado ao município de São Francisco do Sul, encontra-se o Distrito do Saí. O município faz divisa com Itapoá, Garuva, Joinville, Araquari, Barra do Sul, possuindo também uma extensão de aproximadamente 30 Km, banhada pelo Oceano Atlântico, (Praia Grande).

A ilha de São Francisco possui 12 praias, algumas banhadas pelas águas da Baía  Babitonga, sendo que no seu interior, existe um arquipélago formado por 24 pequenas ilhas. Uma delas, a ilha da Rita, foi antiga base de combustíveis da Marinha, e serviu para abastecer os navios da Esquadra Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial.

Na entrada da Barra de São Francisco do Sul, encontra-se o arquipélago da Graça formado por diversas ilhas, tendo como ilha principal, a da Paz, onde foi construído em 1905 um Farol para orientar os navios que chegam ao Porto, o qual se encontra funcionando até os dias de hoje.

Falanstério do Saí

Na parte continental do Município de São Francisco do Sul, encontra-se o Distrito do Saí, o qual é composto das localidades de Torno dos Pintos, Estaleiro e Vila da Glória. É uma região essencialmente Ecológica, oferecendo aos que por lá passam, passeios e recantos de rara beleza.

Ainda encontram-se na região, vestígios da passagem dos franceses que em 1842 fundaram o Falanstério do Saí, experiência das doutrinas do célebre Francisco Maria Carlos Fourier, o predecessor do socialismo moderno.

Essa experiência foi organizada pelo Dr. Benoit Jules Mure, a quem se deve o estabelecimento do Instituto Homeopático do Rio de Janeiro.

Um senhor Joly, que morava em Paris, na Rua D’Autin nº 29, era encarregado do recrutamento dos colonos e o “Conseil du Brésil” estabelecido na mesma cidade, à rua Castellane, n º 10, conseguia os passaportes.

A Colônia Industrial Francesa, regada pelos rios Saí-Guaçu e Saí-Mirim, deveria se transformar numa metrópole de renovação social, capaz de resolver a crise das nações superlotadas da Europa e provar que o homem, melhor orientado, poderia refaze-se em uma sociedade feliz e mais perfeita.

A empresa francesa fracassou, porém a maioria das famílias francesas, como os Ledoux, Reinert e Devoisin, permaneceram no Distrito, contribuindo com o desenvolvimento ploítico-social da região.

 

 

Brasão

O brasão de armas do Município, adotou-se o modelo idealizado pelo emitente historiador brasileiro, Doutor Affonso de Escragnolle Taunay.

No referido brasão consta um escudo português, encimado pela coroa mural, típica das cidades, complementando pelas seguintes peças: No escudo redondo, como peça principal, uma nau portuguesa quinhentista, com todo o velame desferrado, recorda a chegada às águas da majestosa Babitonga e ao porto magnífico de São Francisco do Sul, das esquadras exploradoras das costas brasileiras e apossadoras do Brasil para o domínio das quinas.

Firmados em chefe, cinco escudetes recordam as circunstâncias da fundação de São Francisco. O do centro, o maior, traz as armas de “Pero Lopes de Souza”, primeiro donatário de Santa Catarina, por ordem de D. João III, como senhor das terras de Sant’Anna.

O primeiro dos escudetes recorda a estada em São Francisco, em 1540, do famoso adelantado Álvaro Nunes Cabeza de Vaca, cujo brasão da família aí se reproduz. Nesse mesmo escudete há uma referência à estada em São Francisco, em 1504, dos franceses, normandos de Honfleur de Paulmier de Goneville, do L’Espoir, a flor de liz do brasão da cidade de Honfleur.

No segundo escudete, as armas da família Sanábria recorda a tentativa espanhola de Juan e Diego Sanábria para o povoamento de São Francisco, em 1549, por ordem do Imperador Carlos V.

O báculo que se nota no escudete, recorda a existência do primeiro francisquense e catarinense ilustre, Fernando de Trejo y Sanábria, nascido neste município, em 1554, Bispo de Tucuman e Fundador da Universidade de Córdoba, na República Argentina.

O quarto escudete encerra, no primeiro quartel, as três “vieiras” dos Fernandes e recordam Antônio Fernandes, o povoador que primeiro obteve sesmaria para povoar a vila que se ia fundar em São Francisco, onde já existia uma capela de Nossa Senhora da Graça, primeiro ato jurídico, talvez, do passado francisquense.

No segundo quartel, a banda abocada de cabeças de serpentes dos Andrades, evoca a fundação da vila, por Manoel Lourenço de Andrade.,

O quinto escudete contém, no primeiro quartel, a cruz dos Rodrigues, evocando o Luiz Rodrigues Cavalinho, genro e  companheiro de Andrade. No segundo quartel, as aspas com a flor de liz dos Pires, que recorda o Desembargador Rafael Pires Pardinho, que reorganizou, em sua correição, os negócios jurídicos e administrativos da vila.

Na coroa mural, por cima da porta central, outro escudete encerra as chagas de São Francisco de Assis, e o resplendor das mãos, atributo de Nossa Senhora da Graça, padroeira da cidade e do município.

Como tenentes do escudo: à dextra, um bandeirante, revestido do seu característico gibão de armas, recorda a atuação das bandeiras de São Paulo, a quem se deve o definitivo estabelecimento de São Francisco; à senestra, um conquistador espanhol, revestido de armadura completa, de acordo com o modelo da Armeria Real de Madrid, rememora as tentativas castelhanas de apossamento do território francisquense.

No listel se inscreve a divisa ”IN LITTORE PRO BRASILIA VIGIL”- Sou a Atalaia Praiana do Brasil- (subentende-se”Sum” caracteriza o fato de que São Francisco foi, realmente, durante largos anos, o último posto ocupado pela conquista de nossa costa e a guarda avançada do Brasil.

Completam o brasão, ramos de mandioca e 3 espigas de arroz, produtos de grande cultivo no passado francisquense.           

 

 


 
 
 

 

 

 

 

 

Geografia de São Francisco do Sul