O Clube XXIV de Janeiro foi idealizado por Joaquim José da Silveira Junior, Marcos Gorresen, José Augusto Nóbrega, Lúcio Antônio Caldeira e Augusto Afonso dos Santos (primeiros diretores) que efetivaram o processo de fundação oficial em 24 de Janeiro de 1892, com a antiga denominação de Clube União Familiar, que por divergências políticas entre os associados fizeram com que a agremiação passasse a se chamar Clube XXIV de Janeiro.
Nos seus primeiros dois anos, o clube funcionou em um sobrado na Rua Manoel Lourenço de Andrade, onde hoje encontra-se instalado um dos espaços de exposição do Museu Nacional do Mar. Mais tarde funcionou ainda por mais alguns anos em uma parte do solar da Família Gorresen que até hoje existe na Praia do Mota.
A Construção do sobrado que abrigaria a sede atual foi financiada pelo casal Roberto Évora da Rosa e Carolina Gorresen da Rosa, sendo executada por Joaquim Vieira de Miranda Évora. O prédio foi construído em dois pavimentos, seguindo um estilo de construção próprio e imponente que acompanhava a pujança econômica proporcionada pelo crescimento das primeiras operações de exportação da erva-mate e madeiras e desembarque de outras cargas nos trapiches da cidade.
À sua época, o prédio impressionava pela escala e estilo, planejados para juntamente com seus ornamentos e detalhes arquitetônicos oferecer uma sede imponente que conferiria um certo status aos futuros e privilegiados associados do clube. O primeiro baile foi realizado em seu salão principal por ocasião das comemorações do dia de Nossa Senhora da Graça em 08 de setembro de 1905.
A nova sede do clube chamou a atenção dos cidadãos mais bem situados na sociedade da época, dando início a uma saga de estilo e glamour que perdurou através de memoráveis eventos como saraus, bailes de carnaval, bailes de formatura e de debutantes e apresentações musicais de artistas locais e até mesmo famosos cantores nacionais como Vicente Celestino e Nelson Gonçalves.
Em fevereiro de 1950, o clube começou a ser frequentado por um outro público, já que passou a funcionar (provisoriamente) como cinema, até que (no mesmo ano) fossem concluídas as obras do Cine Marajá.
Dificuldades econômicas levaram o clube a uma fase de declínio. Do final da década de 1970 até meados dos anos 2000, as únicas atividades que prosperaram no clube foram alguns bailes de carnaval, debutantes, casamentos e a tradicional reunião de amigos e convidados que semanalmente ocorria em volta das animadas disputas realizadas pela turma do “ bolão” que funcionava perto do bar, no fundo da sede do clube.
No início da década de 2000, o prédio ficou fechado por um período de 02 anos quando o foram realizadas diversas obras de revitalização do prédio, com a substituição do telhado, revitalização das paredes e pisos e outras providências.
Embora totalmente revitalizado e promovendo alguns arrendamentos e eventos pontuais, o antigo clube nunca mais alcançou o sucesso de antigamente, com seu costumeiro público e o glamour de seus memoráveis dias do passado. Texto retirado da página da Fundação Cultural