BARRABÁS.....BARRABÁS
A turba inquieta sob um calor escaldante, espremia-se
sob o alpendre da casa de Pilatos, Governador da Judéia.
Dentro da casa, Jesus com a coroa de espinhos e o corpo
lacerado pelo chicote, respondia às inquisições do
representante de Roma. Tu és rei ? Perguntou Pilatos, que
nada via de errado no mestre nazareno.
Tu dizes que sou rei respondeu Jesus. O meu reino não
é deste mundo. Pilatos após finalizar a conversa com Jesus,
querendo salvá-lo, atendendo a um pedido do amigo Senador
José de Arimatéia, vai até o alpendre e lá de cima, observa aqueles a quem
Jesus conhecia. Seus amigos, o seu povo. Tinham recebido dele as graças, as curas e as orientações evangélicas. O Mestre afinal, tinha vindo por eles.
Jesus ou Barrabás ? Gritou lá do alto. A resposta eivada de loucura
coletiva, várias vezes ecoou pelo átrio e ruas de Jerusalém.
Barrabás ... Barrabás. O facínora Barrabás havia prevalecido na escolha.
Jesus foi entregue à sua sorte. Veio para eles e por eles e foi
recusado. Ainda colhemos os frutos daquele dia. Ainda vivemos
em sombras, em gritos, em admoestações, hipnotizados,
irresulutos entre o bem e o mal. Mais de 2000 anos e tudo
permanece exatamente muito igual. Os personagens
daquela calorenta e indigna sexta feira se foram, no pó dos tempos.
Mas as escolhas funestas, agourentas, ainda estão vivas.
Os ventos uivos, contrariando a razão, sopram, Barrabás....Barrabás.