De colonização açoriana, São Francisco é a terceira região mais antiga do Brasil. Seu charme se concentra no casario que emoldura as estreitas ruelas do centro histórico, tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional. Do outro lado, fica os paraísos aquáticos, formados pela baia Babitonga, que tem como pano de fundo o porto de São Francisco, onde gigantescos navios carregam riquezas para vários países.
São Francisco do Sul tem belíssimas praias, que multiplicam a população na temporada de verão. A história e as tradições estão presentes a cada passo, nos monumentos históricos e no jeito de ser de seus habitantes. Mantém preciosidades folclóricas, tais como a Dança do Vilão, O Boi-de-Mamão, o Pão-por-Deus, Caravelas Negras, As Pastorinhas, Pau-de-fita, entre outras.
“História”
São Francisco do Sul é a terceira região mais antiga do Brasil e a primeira região de Santa Catarina, descoberta em 05 de janeiro de 1504 pela Expedição de Binot Paulmier de Goneville, que saiu da França(Honfleur – Normandia) com o objetivo de chegar às terras do Oriente para negociações comerciais. Após transpor as linhas do Equador e três semanas de ventos desfavoráveis a embarcação encontrou a foz de um rio e por ele navegou até atracar numa terra fértil, habitada por índios. Uma cruz de madeira foi erguida para assinalar a passagem da expedição.
Em 1553 vieram também espanhóis, que pretendiam povoar a região da Prata e desviaram sua embarcação por causa de uma tempestade.
Cumprindo a promessa feita pela sobrevivência ao vendaval, construíram uma rústica capela, onde colocaram a santa , Nossa Senhora das Graças, que traziam no barco. Hoje é a padroeira da cidade, com lugar de honra no altar da Igreja Matriz com o mesmo nome.
Assim iniciou a história de São Francisco do Sul. Mas o povoamento efetivo deu-se a partir de 1658, com a chegada do português Manoel Lourenço Andrade, em companhia da família, escravos e equipamentos, com poderes por parte do sucessor do donatário Pero Lopes, para estabelecer-se e dividir as terras com os demais imigrantes que continuariam chegando.
Até o século XIX São Francisco passou por várias fases de prosperidade, recesso, barbarismo e dependência política. A 15 de abril de 1847, recebeu o título de cidade. Com a construção da rede ferroviária a região teve um impulso de desenvolvimento, ainda hoje de suma importância para o transporte da produção até os navios graneleiros do porto.
O Porto de São Francisco – é o melhor porto natural do sul do Brasil, e, ao lado do turismo em constante crescimento é responsável pela economia da cidade.
O charme de São Francisco do Sul se concentra no casario que emoldura as estreitas ruelas calçadas com pedras, nas construções, muitas já desgastadas pelo tempo e que guardam em suas paredes incontáveis e silenciosas histórias. O maior exemplo é a Rua da Babitonga, coração do Centro Histórico, onde 150 prédios foram tombados pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico Nacional. Ao lado, a baia do mesmo nome, tem como pano de fundo as gaivotas, embarcações de todos os tipos e o Porto.
“Cultura”
Dança do Vilão – De origem africana, foi criada na época da escravatura e apresentada nos engenhos e terreiros das fazendas, sempre após as colheitas. Utilizando movimentos alternados, em ritmo de ataque e defesa, os dançarinos usam bastões de madeira verde e rija para enriquecer as sete partes da coreografia. É o único grupo no Brasil, graças ao esforço do mestre “Romário Matias” e o apoio da Prefeitura Municipal. É hoje uma das preciosidades do folclore francisquense.
Pão por Deus – representa um dos hábitos mais delicados do passado francisquense. São papeis acetinados recortados em formas variadas (corações, figuras, etc.), no seu interior são escritos meigos versos em letra caprichada, miúda e redonda. Atualmente levam mensagens àqueles que admiramos ou queremos bem. Antigamente como as moças não podiam namorar, escreviam os bilhetinhos(pão por Deus) e através das mucamas e criadas, seus apaixonados recebiam os versos de amor.
“ Eu benzo o meu boi, com um galho de alecrim, senhor dono da casa, não se esqueça de mim.”
“ Dança meu bichinho, dança bicharada, dança meu bichinho, no meio dessa moçada.”
Estes são versos da dança do Boi-de-mamão, do folclore açoriano, muito popular até hoje nas cidades litorâneas, fundadas por esses imigrantes. Seus figurantes personalizam pessoas e animais de forma grotesca e divertida, encenando uma sucessão de movimentos acompanhados de cantoria. Mantida com orgulho em São Francisco do Sul e presente em todas as oportunidades festivas da cidade.
Caravelas Negras – Associação de Capoeira, remanescente de uma das mais ricas manifestações culturais, herdada com a presença dos povos africanos no Brasil. Existe na cidade desde 1983, sob a direção de Euclides Alves Júnior. Presente nas atividades festivas e desportivas da cidade, com apresentações também em outras cidades.
Pau-de-Fita – Originária de várias nacionalidades a dança do Pau-de-Fita veio ao Brasil com os imigrantes europeus. Em São Francisco a dança é de origem portuguesa, apresentada em grupos pares de oito ou doze participantes.
As Pastorinhas – É uma dança muito antiga de origem portuguesa, que sugere a angariação de fundos para campanhas de cunho religioso. Ressurgiu em São Francisco por volta de 1950, quando da campanha para substituição das cobertura da Igreja Matriz. Hoje é encenada por grupos de estudantes em festividades e escolares e eventos da comunidade.
“Festas”
Carnaval (fevereiro) – São Francisco do Sul é muito conhecido pelo melhor carnaval do norte catarinense, todos os anos a cidade recebe aproximadamente 150 mil foliões, com desfiles das escolas de samba e blocos pelas ruas do centro histórico, trio elétricos nos balneários, concurso de fantasias no clube e bailes populares.
Festilha (abril) – Festas das Tradições da Ilha, criada para resgatar e preservar os costumes e o folclore dos colonizadores, em muitos aspectos, que estavam caindo no esquecimento. São dez dias de festa, na rua Babitonga, com bailes, danças folclóricas e a presença da variada gastronomia portuguesa. Realizada anualmente no mês de abril, em comemoração ao aniversário da cidade.
Arraiá de São Chico(junho) – Uma cidade que valoriza as tradições e costumes não podia deixar de festejar o Dia de São João, esta festa acontece no pátio da Igreja Matriz, engloba concurso de quadrilhas, apresentações musicais, comidas típicas e as folclóricas brincadeiras de São João – pescaria, pau-de-sebo, etc., é uma festa recentemente inserida no calendário anual de festas da cidade.
Festa da Nossa Senhora da Glória (agosto) –Esta virgem é a padroeira da Vila da Glória, povoado do continente que faz parte do Distrito do Saí. O dia de Nossa Senhora da Glória é comemorado em 15 agosto, durante a festa os fiéis da comunidade local renovam sua fé espiritual.
Festa da Nossa Senhora da Graça(setembro) – Todos as anos no dia oito de setembro é comemorado solenemente o dia da padroeira da cidade. Nove dias que antecedem esta data iniciam-se as novenas, para preparação espiritual dos fiéis. E é no dia oito de setembro que a cidade recebe milhares de visitantes e peregrinos para a grande confraternização católica.Igreja Matriz Nossa Senhora da Graça – Sua construção iniciou em 1699, com mão-de-obra escrava, ajuda de milicianos e do povo. A argamassa utilizada era uma mistura de cal, concha, areia e óleo de baleia. Seu projeto em estilo veneziano foi descaracterizado com diversas modificações, sendo a principal,a edificação da segunda torre, em 1926, guarda em seu interior a imagem da padroeira de quase 50 anos e estátuas barrocas de 1600 e 1700, um órgão trazido do Rio de Janeiro em 1823 até hoje utilizado, além de grande numero de objetos de valor inestimável. Localiza-se na Praça Dr. Getulio Vargas, centro.
Museu Histórico de São Francisco – Instalado no prédio da antiga cadeia pública, cuja estrutura foi mantida, como as grandes janelas de ferro, grades, portas e celas. Seu acervo se constitui de peças que já pertenceram à Marinha. São móveis e utensílios domésticos, equipamentos industriais, ferroviários, rodoviários e de uso pessoal de ilustres personagens da cidade. Localiza-se à rua Coronel Carvalho.
Museu Nacional do Mar – Implantado nos antigos armazéns da firma de pesca Hoepke, na confluência das ruas Babitonga, Quintino de Bocaúiva e Manoel Lourenço de Andrade, a construção é uma seqüência de enormes barracões em estilo alemão, com pé direito alto e estrutura de madeira de lei. Abrigam exemplares e réplicas regionais de embarcações do litoral brasileiro, entre estas o“Parati I”, do navegador Amir Klink. Reúne também instrumentos e aparelhos de trabalho e orientação naval, documentos textuais, icnográficos e cartográficos, miniaturas e cenários especialmente criados para retratar a vida do homem do mar.
Mercado Público Municipal – Inaugurado em 1900 e ampliado em 1928 serviu como centro comercial de São Francisco do Sul por várias décadas, principalmente para comercialização de pescado e produtos agrícolas. Em 1976 o conjunto arquitetônico foi restaurado e, em seu interior mantém lojas de produtos e serviços, com predominância para o artesanato. Fica localizado na rua Babitonga.
Forte Marechal Luz – Localizado no cabo João Dias, junto ao mar, o Forte “Marechal Luz” teve sua construção iniciada em 1909. Em 1915 foi implantada a 5a. Bateria Independente de Artilharia , substituída , no decorrer dos anos, por várias outras baterias e grupos, em 1994 foi criada através de portaria Ministerial, a seção de artilharia do Forte “Marechal Luz”, com determinação do uso de uniforme de gala, como em 1915. Todos os sábados, ás 8 horas a seção de artilharia realiza uma salva de tiros utilizando os canhões instalados no Morro do João Dias desde o inicio do século. Aberto à visitação pública, porém sujeita a aprovação do Ministério do Exercito conforme as condições do tempo.
Carioca – Denominação indígena aplicada ás “Bicas d’água”, que eram utilizadas no abastecimento da antiga Vila. Das cinco existentes no passado foram conservadas três, a da rua Benjamin Constant foi recuperada em 1884, com azulejos portugueses daquela época , a da rua Marcílio Dias é em estilo colonial, recuperada recentemente e a da rua Coronel Oliveira guarda sua construção original. Todas fornecem águas cristalinas até hoje consumidas pela população.
Sambaquis – Elevações arqueológicas, antigas residências dos indígenas que viveram em suas imediações em várias épocas. Com a altura de 5 a 8 metros acumulam conchas, instrumentos de pedras lascadas e polidas, ossos, esqueletos humanos, restos de fogueiras, etc, são encontrados nas praias de Enseada, praia Grande, no Porto do Rei, Linguado, na Ribeira da Ilha e na Vila da Glória, distrito do Saí.
Vila da Glória – Parte do continente, integrante do Distrito do Saí-,distrito da cidade de São Francisco do Sul, a Vila da Glória apresenta um conjunto da natureza totalmente preservada, o que faz da região uma das mais belas paisagens. Às margens da Baía da Babitonga encontra-se o povoado, ao redor encontram-se morros e serras (Mata Atlântica) donde nascem rios com ás águas cristalinas que formam deslumbrantes cascatas e cachoeiras. Este é um local singular.
Morro do Pão de açúcar – Com cerca de 150 metros de altitude, do seu topo, onde existe uma grande cruz de concreto armado, descortina-se vista panorâmica de toda Baía de São Francisco.
Praia dos Ingleses – Pequenas e tranqüilas, onde se localiza o antigo estaleiro da firma Hoepke, entre o Porto e a Praia da Figueira.
Praia da Figueira – Na continuação da praia dos ingleses,lugar tranqüilo, hotel com Marina e intenso movimento de embarcações e equipamentos de esporte aquático.
Praia do Paulas – Águas calmas, próprias para banhos de mar, principalmente para as crianças,com boa arborização. Fica entre as praias da Figueira e do Calixto..
Praia do Calixto – Situada após a praia do Paulas, é uma zona residencial; vila de pescadores com venda de pescados.
Balneário Capri – Fica a 19 km do centro da cidade, entre a Boca da Barra e a Praia do Forte. Extensa, tem a forma de uma restinga por força de um canal aberto para abrigar as embarcações do Iate Clube do Capri. É própria para banhos, pesca e esportes náuticos. Ruínas de um antigo leprosário, construído com pedras, cal de concha e óleo de peixe faz parte do cenário.
Praia do Forte – Mar aberto e águas tranqüilas abrigam o Morro João Dias, onde fica o Forte “Marechal Luz”, a uma distância de 17 km do centro da cidade.
Praia do Itaguaçú – Mar aberto, ideal para a prática de pesca e surf, no seu final encontram-se as areias monazíticas, com poder terapêutico para pessoas com problemas de ordem reumática. Fica a 15 km do centro de São Francisco do Sul.
Praia de Ubatuba – Mar aberto, bom para banhos e prática do surf, balneários com muitas residências de veraneio e cedia o Ubatuba Clube de Praia. Distância do centro, 16 km.
Praia de Enseada – Com 3 km de extensão, forma de ferradura voltada para o mar aberto, é a mias procurada pelos turistas, pelas suas águas tranqüilas e pela infra-estrutura de hotéis, restaurantes, bares e lanchonetes. Acesso pela SC-280, a 20 km do centro da cidade.
Praia do Molhe – Entre o terminal marítimo da Petrobrás hoje Transpetro, e o morro da Enseada, de mar aberto é propícia para o surf. No inverno é reduto de pesca da tainha.
Praia da Saudade – conhecida também como prainha, local escolhido para torneios de surf, é de mar aberto e os costões nas duas extremidades favorecem a pesca de arremesso.
Praia Grande – É a mais distante do centro da cidade, 22 km, tem 25 km de extensão, praticamente deserta, com dunas ao longo da orla. Todo o ano em janeiro se realiza, na praia grande,o maior campeonato de pesca de arremesso do Sul do Brasil.
Arquipélago da Baia da Babitonga – A duas milhas marítimas do centro de São Francisco, com acesso via embarcação pode-se apreciar de perto a beleza das ilhas Alvarenga, de Ferreira, Mandigituba, dos Herdeiros, Murta, do Maracujá, do Pernambuco, dos Araújos, de Dentro, do Meio, de Fora, do Corisco, do Meio, do Chico, do Pedro, das Claras, dos Negros, Grande, Redonda, das Flores, Queimadas, do Mel, Itaguaçu, Guaraqueçaba, do Baiacu, do Iriri e da Rita.
Ilha da Paz – De rara beleza, a 12 milhas marítimas do centro é circundada por praias e costões, abriga o farol que lhe empresta o nome, cuja construção é de 1905. Para a visitação ou pernoite é necessária autorização antecipada da Delegacia da Capitania dos Portos, á rua Dr. Lauro Muller, centro de São Francisco do Sul.
Ilha da Rita – Antiga base de combustíveis da Marinha, abasteceu os navios da Esquadra Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial. Desativada na década de 60 era administrada pelo Porto de São Francisco do Sul, onde hoje é administrada pelo Univille, e por ser visitada. Fica a 3,2 milhas marítimas, no Distrito do Saí.
Scunas Maraike, Bandida e Marujos Amigos – Promovem passeios marítimos pela baia da Babitonga, diferentes roteiros incluem as paisagens mais bonitas da ilha de São Francisco e dos atrativos da baia.
Gincana Catarinense de Pesca de Arremesso SOJOPA(janeiro)-Maior competição do gênero no sul do Brasil, recebe equipes participantes de vários Estados. É realizada na Praia Grande.
Semana da Marinha – Intensa programação cívica e circuito de competições de esportes aquáticos, marcando o inicio da temporada de verão, organização da delegacia da capitania dos portos de São Francisco do Sul.
Eventos Esportivos – Campeonatos de Futebol de Areia, Surf Amador, Regata de Veleiros de Rádio Controlados, entre outros são realizados em diversas edições anuais.