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Compra de máscaras pelo governo de SC tem irregularidades, diz Ministério Público

Em maio, deputada Luciane Carminatti (PT) denunciava baixa qualidade das máscaras entregues aos professores Em maio, deputada Luciane Carminatti (PT) denunciava baixa qualidade das máscaras entregues aos professores Foto: Agência AL

Compra de máscaras pelo governo de SC tem irregularidades, diz Ministério Público

O Ministério Público de Contas de SC (MPC/SC) pediu a suspensão de um contrato de compra de máscaras da Secretaria de Estado da Saúde (SED) devido a irregularidades no processo. Segundo o MPC, as máscaras entregues não atendem às normas técnicas e à exigência do edital. Até o momento, o Estado desembolsou mais de R$ 3,5 milhões neste contrato. 

Em resposta, o Tribunal de Contas do Estado negou o pedido do MPC de suspender o contrato, mas determinou que a Secretaria esclareça a situação em prazo de até 60 dias. Os itens foram entregues aos professores da rede estadual de ensino. 

A representação do Ministério Público de Contas ocorreu após denúncia anônima. Segundo o órgão, elas estão fora do padrão exigido pelo edital e estão em desacordo com normas da ABNT. Além disso, há fortes indícios de irregularidades entre as empresas envolvidas na venda das máscaras, diz o MPC.

O órgão encaminhou amostras das máscaras ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT-SP). O Instituto possui convênio com o Conselho Nacional de Procuradores-Gerais de Contas (CNPGC) para a realização de pareceres técnicos de material de proteção individual. O parecer técnico foi categórico: as máscaras estão fora dos padrões técnicos.

O pregão ocorreu em outubro de 2020. Após pedidos de prorrogação concedidos pela SED, a empresa entregou os primeiros lotes do produto com quase quatro meses de atraso e a marca da máscara havia sido trocada. Neste período, a empresa vencedora, com sede em Palhoça, trocou de nome e teve seu quadro societário alterado. 

Além disso, após uma série de justificativas por parte da empresa vencedora do pregão, quem acabou efetivamente fornecendo as máscaras à Secretaria da Educação foi outra empresa. Para o MPC, a troca não configura ilicitude, mas chama atenção para aprofundamento das investigações.