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Quinta, 08 Setembro 2022 18:51

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA

CAROLINA VALLER BALDIN CAROLINA VALLER BALDIN

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA

 


Os médicos não gostam da expressão “Violência Obstétrica”. A consideram ofensiva; já outros rejeitam qualquer acusação de que médicos possam violentar mulheres. Uns tantos dizem ser a palavra uma invenção de feministas, mas a verdade é ela existe e esta presente nas salas de cirurgias do mundo todo, principalmente nos hospitais brasileiros.Violência Obstétrica é um termo utilizado para caracterizar abusos sofridos por mulheres quando procuram serviços de saúde na hora do parto. Tais abusos podem ser apresentados como violência física ou psicológica e são responsáveis por tornar um dos momentos mais importantes na vida de uma mulher em um momento traumático. Não existe uma definição fechada para o termo, mas sim definições complementares apresentadas por diferentes organizações e governos. É importante notar que o termo “violência obstétrica” não se refere apenas ao trabalho de profissionais de saúde, mas também a falhas estruturais de hospitais, clínicas, e do sistema de saúde como um todo.A busca pela definição do significado de Violência Obstétrica é importante para que seja encontrado um equilíbrio entre as expectativas da mãe, o serviço oferecido e a necessidade médica que possa surgir. O uso deste termo é importante para garantir que as mulheres possam exercitar seus direitos no momento em que buscam serviços de maternidade, e a sua definição clara é importante para que não haja nenhum impacto negativo na prática da medicina.Piadas pejorativas tais quais “na hora de fazer tava bom, agora aguenta”, “ninguém mandou abrir as pernas” parece absurdo mas há relatos de mulheres que já passaram por isso e já ouviram essas frases, vindas de médicos, e ENFERMEIRAS, sim, muitas mulheres já relataram que ouviram isso da boca de outras mulheres, seres completamente alheios a empatia, e que não deveriam estar no lugar que estão, Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na última pesquisa aplicada entre 2020 e 2021, 45% das pacientes de rede pública sofreram esse tipo de agressão. Nos atendimentos particulares, os maus tratos correspondem a 30%. Apesar disso, o assunto é ainda pouco debatido no Brasil.

 

 

 Veja algumas características que definem a violência obstétrica

  • Maus tratos;
  • Xingamentos;
  • Mandar ficar quieta, não se mexer, não expressar dor, não gritar;
  • Recusa de admissão em hospital ou maternidade (fere a Lei 11.634/07);
  • Proibição da entrada de acompanhante (fere a Lei 11.108/2005);
  • Recusa em esclarecer dúvidas da paciente;
  • Uso de soro com ocitocina para acelerar trabalho de parto por conveniência médica, quando o trabalho de parto está evoluindo adequadamente (ocasiona processo doloroso de contrações não fisiológicas);
  • Toques sucessivos e por várias pessoas;
  • Deixar a mulher nua e sem comunicação;
  • Raspar os pelos pubianos;
  • Lavagens intestinais;
  • Impedir a mulher de se alimentar ou ingerir líquido;
  • Amarrar as pernas e braços da mulher;
  • Afastar mãe e filho após nascimento só por conveniência da instituição de saúde;
  • Impedir ou dificultar o aleitamento materno na primeira hora;
  • Manobra de Kristeller (o profissional se coloca sobre a mulher e pressiona sua barriga empurrando o bebê pelo canal vaginal);
  • Ruptura artificial da bolsa como procedimento de rotina;
  • Realização de cesarianas desnecessárias, sem o consentimento da mulher ou apenas por conveniência do médico.

 

Por isso é muito importante estar atenta e denunciar qualquer uma das praticas sofridas, fique atenta aqui para saber como denunciar

 

Caso a mulher sofra violência obstétrica, ela pode denunciar nas secretarias Municipal, Estadual ou Distrital, CRM (Conselho Regional de Medicina) quando se tratar de profissional médico ou COREN (Conselho Regional de Enfermagem) quando a abordagem violenta venha de enfermeiro ou técnico de enfermagem. Denúncias também podem ser feitas pelo número 180 ou pelo Disque Saúde 136 Você mulher, esteja passando por qualquer tipo de violência não se cale  DENÚNCIE . Disque 180 Central de Atendimento à Mulher.

Texto de CAROLINA VALLER BALDIN

ATIVISTA PELOS DIREITOS DA MULHER