Hepatite é um termo que significa inflamação do fígado. A hepatite pode atingir pessoas de ambos os sexos e de todas as idades e raças.
Existem várias causas para inflamação do fígado, o que significa dizer que há vários tipos de hepatite. As principais causas são:
- Vírus: Hepatite A, B, C, D e E.
- Infecções do fígado.
- Abuso de álcool.
- Medicamentos e drogas.
- Doença autoimune (quando o corpo inapropriadamente cria anticorpos contra nós mesmos).
- Choque circulatório ou hipotensão grave.
- Esteato-hepatite ( Gordura no Fígado)
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. correspondem por mais 95% dos casos. Existem, ainda, os vírus D e E, esse último mais frequente na África e na Ásia. Milhões de pessoas no Brasil são portadoras dos vírus B ou C e não sabem. Elas correm o risco de as doenças evoluírem (tornarem-se crônicas) e causarem danos mais graves ao fígado como cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam a hepatite.
A evolução das hepatites varia conforme o tipo de vírus. Os vírus A e E apresentam apenas formas agudas de hepatite (não possuindo potencial para formas crônicas). Isto quer dizer que, após uma hepatite A ou E, o indivíduo pode se recuperar completamente, eliminando o vírus de seu organismo. Por outro lado, as hepatites causadas pelos vírus B, C e D podem apresentar tanto formas agudas, quanto crônicas (doença persiste no organismo por mais de seis meses).
Ao contrário do que o senso comum possa indicar o vírus da hepatite A é completamente diferente do vírus da hepatite B, que por sua vez, nada tem a ver com o da hepatite C. São, portanto, doenças distintas, apesar do nome quase idêntico.
Falaremos da hepatite A (HAV) e na próxima coluna falaremos das outras hepatites.
A hepatite A (HAV) é transmitida pela via fecal-oral. As pessoas infectadas eliminam o vírus em suas fezes de modo constante. Para ser infectado é preciso que o vírus entre em contato com nossa boca. O contato oral com fezes de outros, em um primeiro momento, pode parecer um via improvável, porém, é muito mais comum do que imaginamos. Quanto pior for a condição de higiene do meio, mais fácil será a transmissão.
Exemplos de como se pode transmitir a hepatite A (HAV):
– Comidas preparadas por pessoas que não lavam as mãos após evacuação.
– Mergulhar em praias ou lagoas que recebem esgoto não tratado (o HAV pode se permanecer viável por até 6 meses).
– Frutos do mar oriundos de águas poluídas com esgoto não tratado.
– Tocar em objetos contaminados e logo após levar a mão a boca inadvertidamente.
– A hepatite A não é uma doença sexualmente transmissível, porém, ter relações com pessoas infectadas é um fator risco, principalmente se houver sexo anal seguido de sexo oral .
Um dos grandes problemas da hepatite A (HAV) é que o paciente contaminado começa a eliminar o vírus antes mesmo dos sintomas iniciarem-se. Por exemplo, cozinheiros com maus hábitos de higiene podem trabalhar semanas transmitindo o vírus sem que se suspeite da contaminação.
Geralmente, não apresenta sintomas. Porém, os mais frequentes são: cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Quando surgem, costumam aparecer de 15 a 50 dias após a infecção. Como as hepatites virais são doenças silenciosas, consulte regularmente um médico e faça o teste.
O diagnóstico da doença é realizado por exame de sangue, no qual se procura por anticorpos anti-HAV. Após a confirmação, o profissional de saúde indicará o tratamento mais adequado, de acordo com a saúde do paciente. A doença é totalmente curável quando o portador segue corretamente todas as recomendações médicas. Na maioria dos casos, a hepatite A (HAV) é uma doença de caráter benigno. Causa insuficiência hepática aguda grave e pode ser fulminante em menos de 1% dos casos.
Já existe vacina para hepatite A (HAV) e sua administração é recomendada em crianças aos 12 e 18 meses de idade. A vacina também pode ser aplicada em adultos a qualquer momento. A vacinação de profissionais que trabalham com comida é útil para evitar epidemias pela transmissão através de alimentos. A vacina também é importante para pacientes que já tenham alguma outra doença do fígado, uma vez que este grupo apresenta maior risco de complicações quando exposto ao vírus da hepatite A (HAV)
A vacina da hepatite A (HAV) foi introduzida no calendário infantil em 2014
Outra forma de se evitar a doença é melhorando as condições de higiene e de saneamento básico, como por exemplo:
- Lavar as mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas e antes de comer ou preparar alimentos;
- Lavar bem, com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos;
- Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e carne de porco;
- Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;
- Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto a céu aberto;
- Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios, para não comprometer o lençol d'água que alimenta o poço. Deve-se respeitar, por medidas de segurança, a distância mínima de 15 metros entre o poço e a fossa do tipo seca e de 45 metros, para os demais focos de contaminação, como chiqueiros, estábulos, valões de esgoto, galerias de infiltração e outros;
- Caso haja algum doente com hepatite A em casa, utilizar hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária ao lavar o banheiro;
- No caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, tal como a desinfecção de objetos, bancadas e chão utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária.
Fonte: Ministério da Saúde.
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