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Sexta, 09 Setembro 2016 10:33

Hepatite C

Concluindo sobre as Hepatites (inflamação do fígado), iremos informar sobre a Hepatite C.

A Hepatite C é causada pelo vírus HCV transmitido principalmente por sangue contaminado. A infecção pode também ser transmitida pelo contato sexual e por via perinatal (da mãe para filho), sobretudo durante a gravidez e o parto, assim como pelo compartilhamento de seringas, agulhas ou de instrumentos para manicure, pedicure, tatuagem e colocação de piercing.

A Hepatite C apresenta duas características importantes: a primeira é o fato de tratar-se de uma infecção que pode permanecer assintomática até fases avançadas. A destruição do fígado ocorre lentamente, e, às vezes, os sintomas só surgem 20 anos depois da contaminação. A maioria dos pacientes infectados pelo vírus HCV não suspeita de tal fato.

O segundo dado que merece menção é o fato de que até o final da década de 1980 não sabíamos que o HCV existia, e como tal, as bolsas para transfusões sanguíneas não eram testadas para esse vírus. Durante muito tempo a Hepatite C era chamada de Hepatite não A não B. Sabia-se que existia um tipo de Hepatite diferente das conhecidas A e B, porém, a causa e a forma de transmissão eram desconhecidas.

As pessoas recebiam transfusões sanguíneas, eram infectadas pelo vírus HCV e nem elas nem os médicos tinham conhecimento disto. O resultado é que hoje encontramos milhares de pacientes em fase avançada da doença, que foram inadvertidamente contaminados há 2 ou 3 décadas. Estima-se que até 10% das bolsas de sangue durante a década de 1980 estavam contaminadas com o vírus da Hepatite C.

A Hepatite C, diferentemente das Hepatites A e B , na maioria das pessoas que há adquirem , desenvolvem a doença crônica e lenta, sendo que a maioria (90%) é assintomática ou apresenta sintomas muito inespecíficos, como letargia, dores musculares e articulares, cansaço, náuseas.

Diagnóstico: Só costuma ser realizado através de exames para doação de sangue, exames de rotina, procedimentos para a investigação de outras doenças ou quando sintomas de doença hepática surgem já na fase avançada de Cirrose.

O principal método de diagnostico da Hepatite C é a sorologia (exame de sangue) para o anti-HCV pelo método ELISA e/ou Imunoblot.  O SUS dispõe de um teste anti-HCV, importante para o diagnóstico da doença, mas que só é indicado caso a pessoa pertença a um grupo de risco (usuários de drogas, tatuados, pessoas que praticam sexo desprotegido). No entanto, pessoas que receberam transfusões de sangue antes de 1993 devem fazer esse teste, uma vez que antes dessa data não se conhecia o vírus e o sangue transfundido não era testado.

Quando o resultado é positivo, a pessoa deve ser encaminhada para exames complementares a fim de esclarecer o quadro e orientar o tratamento, quando e se necessário.

Tratamentos: As principais drogas usadas para a infecção crônica da Hepatite C são o Interferon alfa e Ribavirina em esquema combinado. A eficácia desse esquema é de cerca de 60%.

Com a evolução das pesquisas, novos medicamentos com ação antiviral foram incorporados ao tratamento dessa doenca. O Telaprevir e o Boceprevir fazem parte da classe dos inibidores de protease (enzima necessária para a replicação do vírus), e são distribuídos pelo SUS para os pacientes infectados com o genótipo tipo 1 e doença em estágio avançado.

E os avanços não pararam por aí. Nos primeiros meses de 2015, outros três medicamentos para o tratamento da Hepatite C crônica tiveram o registro aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), sem o qual não poderiam ser comercializados no Brasil. São eles: o Daclastavir (nome comercial Daklinza), o Simeprevir sódico (nome comercial Olysio) e o Sofosbuvir (nome comercial Sovaldi). A vantagem sobre os demais é que dispensam o uso do interferon, são administrados por via oral, por menos tempo (12 semanas), produzem menos efeitos colaterais e aumentam a chance de cura para mais de 90% dos casos.

Na ausência de uma vacina contra a Hepatite C, o melhor é optar pela prevenção, evitando, acima de tudo, o contato com sangue contaminado. Alguns dos cuidados passam por não partilhar escovas de dente, lâminas, tesouras ou outros objetos de uso pessoal, nem seringas e outros instrumentos usados na preparação e consumo de drogas injetáveis e inaláveis e devem ser sempre usados preservativos nas relações sexuais.

Fonte: Ministério da Saúde.

Para ver este e outros temas anteriores você pode acessar o meu blog:
saudepublicasfs.wordpress.com

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