Temos uma inquisição que está sendo promovida pelo Supremo Tribunal Federal, diz Esperidião Amin, à CNN
Em entrevista ao programa de Willian Waak, no canal de noticias CNN, na noite desta quarta-feira, 31, o senador Esperidião Amin (PP) teceu duras críticas ao modo como o Supremo Tribunal Federal, em especial o ministro Alexandre de Moraes, vem se comportando em relação ao Poder Legislativo.
Ele se queixou enfaticamente da negativa do ministro em fornecer dados solicitados por ele, em nome do Senado, o que diz não acontecer nem nos mais ferrenhos organismo de repressão.
"Não recebi (os documentos) por ordem do Supremo. O problema é que o chefe agora é o Supremo, e que nega ao Senado e ao Congresso as informações". Disse que Moraes decreta sigilo e as entidades - Polícia Federal, Controladoria Geral da União e Abin não podem passar as informações por ordem dele, ministro.
Amin chamou atenção ao fato de o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estar pedindo "hoje (31 de janeiro)" o nome dos parlamentares que teriam sido espionados, "o que é uma parte do que nós estamos pedindo desde outubro", pontuou o senador catarinense. Ele avalia a atitude como uma desconsideração, tanto das agências do Executivo, quanto do Judiciário, a uma função constitucional e legal da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional (CCAI), da qual é membro.
E disse textualmente: " O ministro Alexandre e Moraes proibiu que nós fôssemos informados". Afirmou aos jornalistas da bancada da CNN estar fazendo uma colocação muito séria: 'Nós temos no STF uma autoridade que congregou todas essas informações para si, e é um juiz, um juiz da Suprema Corte. É o juiz do inquérito 4781, que começou em março de 2019, é o juiz, que não é o juiz natural porque não foi sorteado, portanto, nós temos hoje, na verdade, pior do que a espionagem, é a inquisição. Nós temos uma inquisição que está sendo promovida pelo Supremo Tribunal Federal", disparou Amin.
Pelas redes
Em suas redes sociais, o senador já avisava que, no retorno das atividades do Congresso, levaria à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional (CCAI) da qual é membro, uma proposta para abrir investigação da Abin, da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União por abuso de autoridade.
"Enviamos ofícios à Abin, à PF, CGU e Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo os documentos sobre a investigação do suposto esquema e investigação ilegal por meio de rastreamento de celulares de autoridades. Abin, PF e CGU negaram as informações. O STF nem respondeu ao ofício. Há um complô de abuso de autoridades. A solução é abrir uma investigação por abuso de autoridade: CGU, Abin e a Polícia Federal! ", escreveu no X, antigo Twitter.