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Comissão de Transportes da Alesc discute projetos ferroviários para SC

Comissão de Transportes da Alesc discute projetos ferroviários para SC Agência AL

Comissão de Transportes da Alesc discute projetos ferroviários para SC

A Comissão de Transportes, Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura da Assembleia Legislativa realizou, na noite desta quarta-feira (22), uma audiência pública para tratar dos planos para o modal ferroviário em Santa Catarina. O encontro foi proposto pelo presidente do colegiado, deputado Antídio Lunelli (MDB), que defende investimentos em ferrovias como estratégia para o desenvolvimento do estado.

"A situação da nossa infraestrutura está cada vez pior e os gargalos vão gerar cada vez mais prejuízos, se nada for feito", disse o deputado. "Os investimentos em ferrovias vão proporcionar melhores condições para o desenvolvimento do estado e assegurar negócios para o futuro de Santa Catarina e do Sul do Brasil."

Lunelli citou alguns dos possíveis trechos de ferrovias, que serão projetados no estado, entre eles a ligação entre os portos catarinenses. "Precisamos urgentemente desafogar as rodovias, não podemos mais ficar dependentes da malha viária atual", comentou.

Pelt
Para os participantes da audiência, a elaboração do Plano Estadual de Logística e Transporte (Pelt), anunciada nesta semana pelo governo estadual, será essencial para apontar as necessidades de Santa Catarina nos diferentes modais, incluindo a ferrovia. "O Estado, hoje, está sem bússola para definir suas prioridades na logística. É tudo um achismo", afirmou o secretário de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins.

A respeito das ferrovias, o secretário reconheceu que o assunto é controverso, mas defendeu que Santa Catarina trabalhe em projetos para estudar a viabilidade de linhas férreas, para não perder competitividade perante os demais estados. "O Paraná já está trabalhando nisso há quase uma década e nós estamos atrasados", advertiu.

Ele informou que o governo estadual contratou a elaboração dos projetos executivos de dois trechos: Chapecó-Correia Pinto e a ligação dos portos de Itajaí-Navegantes-São Francisco do Sul-Itapoá. Eles devem ser entregues em maio do ano que vem. Caso sejam viáveis, o objetivo do Estado é entregá-los para serem executados pela iniciativa privada.

Sobre a malha federal, Martins destacou que, dos 1,3 mil quilômetros, praticamente 800 não são utilizados. "A concessão da empresa que explora a malha federal termina em 2027 e ela não sabe se vai ter renovação, se haverá uma nova concessão. É uma insegurança muito grande."

O secretário convidou a Alesc para integrar um grupo de trabalho criado pelo governo estadual para discutir a questão das ferrovias em Santa Catarina.

Custo
O gerente de Transporte e Logística da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Egídio Martorano, afirmou que a ferrovia pode não ser uma opção viável para o estado. "É um modal caríssimo, de difícil viabilidade econômica no mundo todo", ressaltou. "Fazer uma ferrovia vindo o Oeste, por exemplo, é desafiador, em função do relevo."

Martorano criada que a elaboração do Pelt será importante para definir até que ponto a construção de ferrovias pode colaborar para melhorar a logística catarinense. "A Fiesc não é contra a ferrovia. É algo muito complexo. Desde 2001 já se gastou 113 milhões de reais em projetos para ferrovia. E qual o resultado desses projetos?", questionou.

O diretor de Ferrovias da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), Lenoir Broch, entregou ao deputado Antídio Lunelli um documento no qual a entidade defende a construção de uma ferrovia que interligue o Oeste catarinense. "Só a quantidade de milho que poderíamos transportar para o Oeste, para atender a necessidade da agroindústria, já viabiliza uma ferrovia", acredita.

A audiência contou ainda com a participação do deputado André de Oliveira (Novo).

Fonte: Agência AL