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MUSEU NACIONAL DO MAR GANHA MAQUETE DE 84 METROS QUADRADOS QUE RETRATA SÃO FRANCISCO DO SUL

MUSEU NACIONAL DO MAR GANHA MAQUETE DE 84 METROS QUADRADOS QUE RETRATA SÃO FRANCISCO DO SUL André Kspoch

MUSEU NACIONAL DO MAR GANHA MAQUETE DE 84 METROS QUADRADOS QUE RETRATA SÃO FRANCISCO DO SUL

A partir desta quinta-feira (14), o Museu Nacional do Mar - Embarcações Brasileiras, administrado pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) em São Francisco do Sul, oferecerá ao público uma nova atração em seu espaço expositivo: uma maquete com 84 metros quadrados retrata todo o perímetro urbano do Centro Histórico do município, incluindo a orla da Baía Babitonga e o ancoradouro dos navios de cabotagem. O diorama foi construído pelo artesão Conny Baumgart, com a participação de diversos profissionais, e levou 20 anos para ser concluído. Produzida na escala de 1:75 (1 metro = 1,38 centímetros), a maquete tem 6m x 14m de tamanho, e está localizada no andar superior do Museu. O trabalho, iniciado em 1999, foi finalizado graças ao patrocínio da empresa ArcelorMittal e parceria com o Instituto Federal Catarinense, que contribuiu com a parte de automação do diorama. A obra retrata o Centro Histórico de São Francisco do Sul na virada da década de 1930 para 1940, com suas edificações, ruas, morros, vegetações, personagens, objetos gerais e meios de transporte. As edificações, feitas de poliestireno com pintura à base de água, foram executadas através de levantamentos fotográficos e métricos in-loco, além de entrevistas com os moradores. Os personagens (pessoas e animais), meios de transporte e objetos são feitos de resina de gel coat e também recebem pintura à base de água. Foram executados, ainda, reparos e pintura em algumas maquetes de edificações que já estavam prontas, mas que sofreram desgaste com o tempo e necessitavam de manutenção. Além disso, a maquete recebeu fechamento em vidro temperado, nova iluminação e pintura tanto interna quanto externa. O diorama conta, ainda, com efeitos de luz e movimento, graças à parceria com o curso de Automação do campus de São Francisco do Sul do IFC.

Histórico da maquete

O projeto do diorama do Centro Histórico de São Francisco do Sul tem como principal característica sua especificidade e nível de detalhamento, alcançados graças ao trabalho de inúmeros profissionais envolvidos, entre artesãos, arquitetos, designers, estudantes, entre outros, que contribuíram com a finalização da peça. A ideia de construir o diorama surgiu em novembro de 1998, quando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio de seu superintendente, Dalmo Vieira Filho, e a Associação dos Amigos do Museu Nacional do Mar convidaram o artesão Conny Baumgart para estudar a viabilidade de execução do projeto que retratasse todo o Centro Histórico de São Francisco do Sul entre os anos 1930 e 1940. Esta época foi escolhida por coincidir com o início da 2ª Grande Guerra Mundial, como âncora para a memória, e também por não ser uma época muito remota. Foi um período áureo para São Francisco do Sul, quando o porto as atividades portuárias e comerciais se desenvolveram em frente aos armazéns da Cia Carl Hoepcke, que hoje abrigam o Museu Nacional do Mar, e Moinho Santista. A cidade também atingiu, neste período, uma configuração que pode ser considerada completa. O inicio dos trabalhos deu-se em fevereiro de 1999 e, até 2013, o artesão Conny Baumgart esteve à frente do projeto, com a participação de estagiários, estudantes e moradores de São Francisco do Sul. Baumgart desenvolveu, exclusivamente para o projeto, moldes para personagens (pessoas, animais, carroças, entre outros) e métodos para acabamentos (vegetações, efeitos de água para representar a baía). De 2013 a 2015, os trabalhos não avançaram. Mas, no início de 2016, a bibliotecária do Museu, Cleonisse Schmidt, e o arquiteto Marcio Rosa montaram um projeto para finalizar a maquete. Em agosto deste ano, já com o patrocínio da Arcelor Mital, reiniciam-se os trabalhos sob a coordenação do arquiteto Marcio Rosa. A equipe contava também com Conny Baumgart como mestre artesão, além da designer Lilian Hennemann e da artesã Rosete Menezes, que participa do projeto desde 2005 sob a orientação de Baumgart. A equipe ainda era formada por um arquiteto e dois estudantes de Arquitetura de duas universidades da região. Com o trabalho, foi possível finalizar todas as edificações, assim como ruas, morros, vegetações, personagens, objetos gerais e meios de transporte, além dos reparos nas partes que já estavam prontas, mas necessitavam de manutenção. Na etapa final, foram realizadas, também, parcerias com faculdades de Arquitetura a fim de produzir, dentro de oficinas, uma quantidade expressiva de árvores específicas, como palmeiras, pinheiros, ipês amarelos, entre outras, que complementaram a vegetação já distribuída por toda a maquete.