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São Francisco do Sul, o berço dos catarinenses Destaque

São Francisco do Sul, o berço dos catarinenses

O berço da colonização catarinense começou em 1504, quando aqui chegaram os franceses. Em 05 de janeiro de 1504, lançava âncora nas águas da baía de Babitonga abordo da Nau “ L’Espoir”, cuja e expedição financiada por comerciante da Normandia(França), partiu do Porto de Honfleur em 24 de junho de 1503, sendo comandada por Binot Paulmier de Gonneville, o qual passou a ser o descobridor da ilha de São Francisco, onde teve o iniciou da história dos catarinenses que quase 500 anos.

 

O Município

História

Aqui, primeiro chegaram os franceses. Em 05 de janeiro de 1504, lançava âncora nas águas da baía de babitonga a nau “L Espoir”, cuja expedição financiada por comerciantes da Normandia (França), partiu do Porto de Honfleur em 24 de junho de 1503, sendo comandada por Binot Paulmier de Gonneville, o qual passou a ser desta forma, o descobridor da ilha de São Francisco. Para deixar um marco nas novas terras, foi construída uma grande cruz de madeira, a qual foi plantada num outeiro com vista para o mar; em devota cerimônia, tendo sido escolhido parcial, o dia de Páscoa de 1504. Nela estava gravada, de um lado, o nome do Santo Padre, o Papa de Roma Älexandre VI”; do Rei Luis XII; do senhor Almirante da França, Louis Mallet de Graville; do capitão Binot Paulmier De Goneville, burgueses e companheiros, do maior até o menor. Do outro lado foi gravado um dístico numeral latino composto pelo Senhor Nicole Le Febvre, que de gentil maneira declarou a data da chantadura e quem a havia chantado; e ali estava: “Hic Sacra Palmarivs Posvit Gonivilla Binotvs; Äqui Binot Paulmier De Gonneville plantou este objeto sagrado, associando em paridade a tribo com a linhagem normanda”.

A amizade entre os franceses e os índinm os Carijós foi tão profunda, que o chefe Arosca, consentiu que o seu filho Iça-Mirim, seguisse viagem para a França, com a promessa de retornar após vinte luas (vinte meses).

Partiram da nova terra, no dia 3 de julho de 1504, entretanto, Içá-Mirim jamais regressou, porém em 1521 casou com uma sobrinha de Binot, de nome Suzanna, com a qual teve 14 filhos, vindo a falecer na França, somente no ano de 1583, com a idade de 95 anos.

Os espanhóis chegaram a São Francisco do Sul, em 1553, no bergantin “La Cocepcion”, permanecendo até 1555, cuja expedição de Juan de Sanabria, enviada por Carlos V o poderoso rei da Espanha, trouxe no seu bojo, a imagem de Nossa senhora da Graça, esculpida em uma única peça de madeira, e que se encontra até os dias de hoje na Igreja Matriz, cuja construção data de 1699, sendo usado para tanto, pedra, argamassa feita de areia, cal de concha e óleo de baleia. Foi neste período que nasceu na Ilha, o ilustre Frei, Dom fernando Trejo y Sanabria, Bispo de Tucumã, fundador da Universidade de Córdoba na república Argentina, tornando-se assim, o primeiro filho ilustre de Santa Catarina e do Brasil.

O efetivo povoamento da região de São Francisco do Sul iniciou em 1658, pelos Portugueses Vicentinos, com Manoel Lourenço de Andrade.

A povoação foi elevada à categoria de Vila em 1660, com a denominação de vila de Nossa Senhora da Graça do Rio São Francisco, e em 1665 a Vila foi elevada a categoria de Paróquia. Em 1720, importante para a evolução da Vila foi a vinda, em correição, do Desembargador Rafael Pires Pardinho.

Pardinho organizou os negócios da Justiça e Administração, limitou o termo da Vila (que ficou dividida ao Sul com Laguna e ao Norte com Paranaguá), determinou que o cargo de Capitão-Mor fosse preenchido através de eleição, demarcou as terras do Rocio (zona rural), autorizou a construção da Casa do Conselho e da Cadeia, levantadas ao lado da Igreja Matriz.

Deixou ainda, a orientação aos Juízes, Oficiais da Câmara e aos “homens bons de governança”, para frequentarem o culto divino, dando exemplo aos demais moradores da Vila.

Inicialmente, a Vila de São Francisco pertencia ã Ouvidoria de São Paulo, passando em 1723 ã jurisdição da Ouvidoria de Paranaguá. Após a criação da Ouvidoria da Santa Catarina, em 1729, iniciou-se um impasse que persistiu até 1831. Por questões de limites, São Francisco continuava pertencendo ã jurisdição da Ouvidoria de Paranaguá, embora os Governos Civil e Militar fossem exercidos pela Ouvidoria de Santa Catarina.

Tal impasse foi solucionado somente no ano de 1831, quando o Governo Imperial, por solicitação do Vice-Presidente do Provincia, Nunes Pires, determinou a anexação da Vila de São Francisco à jurisdição de Santa Catarina.

São Francisco do Sul foi elevada à categoria de Cidade em 15 de abril de 1847. 

 

Geografia de São Francisco do Sul

A Ilha de São Francisco está localizada no litoral norte do Estado de Santa Catarina, no qual se encontra a cidade histórica de São Francisco do Sul.Na parte continental, integrado ao município de São Francisco do Sul, encontra-se o Distrito do Saí. O município faz divisa com Itapoá, Garuva, Joinville, Araquari, Barra do Sul, possuindo também uma extensão de aproximadamente 30 Km, banhada pelo Oceano Atlântico, (Praia Grande).

A ilha de São Francisco possui 12 praias, algumas banhadas pelas águas da Baía  Babitonga, sendo que no seu interior, existe um arquipélago formado por 24 pequenas ilhas. Uma delas, a ilha da Rita, foi antiga base de combustíveis da Marinha, e serviu para abastecer os navios da Esquadra Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial.

Na entrada da Barra de São Francisco do Sul, encontra-se o arquipélago da Graça formado por diversas ilhas, tendo como ilha principal, a da Paz, onde foi construído em 1905 um Farol para orientar os navios que chegam ao Porto, o qual se encontra funcionando até os dias de hoje.

 

 

Falanstério do Saí

Na parte continental do Município de São Francisco do Sul, encontra-se o Distrito do Saí, o qual é composto das localidades de Torno dos Pintos, Estaleiro e Vila da Glória. É uma região essencialmente Ecológica, oferecendo aos que por lá passam, passeios e recantos de rara beleza.

Ainda encontram-se na região, vestígios da passagem dos franceses que em 1842 fundaram o Falanstério do Saí, experiência das doutrinas do célebre Francisco Maria Carlos Fourier, o predecessor do socialismo moderno.

Essa experiência foi organizada pelo Dr. Benoit Jules Mure, a quem se deve o estabelecimento do Instituto Homeopático do Rio de Janeiro.

Um senhor Joly, que morava em Paris, na Rua D’Autin nº 29, era encarregado do recrutamento dos colonos e o “Conseil du Brésil” estabelecido na mesma cidade, à rua Castellane, n º 10, conseguia os passaportes.

A Colônia Industrial Francesa, regada pelos rios Saí-Guaçu e Saí-Mirim, deveria se transformar numa metrópole de renovação social, capaz de resolver a crise das nações superlotadas da Europa e provar que o homem, melhor orientado, poderia refaze-se em uma sociedade feliz e mais perfeita.

A empresa francesa fracassou, porém a maioria das famílias francesas, como os Ledoux, Reinert e Devoisin, permaneceram no Distrito, contribuindo com o desenvolvimento ploítico-social da região.

  Brasão

 

O brasão de armas do Município, adotou-se o modelo idealizado pelo emitente historiador brasileiro, Doutor Affonso de Escragnolle Taunay.

No referido brasão consta um escudo português, encimado pela coroa mural, típica das cidades, complementando pelas seguintes peças: No escudo redondo, como peça principal, uma nau portuguesa quinhentista, com todo o velame desferrado, recorda a chegada às águas da majestosa Babitonga e ao porto magnífico de São Francisco do Sul, das esquadras exploradoras das costas brasileiras e apossadoras do Brasil para o domínio das quinas.

Firmados em chefe, cinco escudetes recordam as circunstâncias da fundação de São Francisco. O do centro, o maior, traz as armas de “Pero Lopes de Souza”, primeiro donatário de Santa Catarina, por ordem de D. João III, como senhor das terras de Sant’Anna.

O primeiro dos escudetes recorda a estada em São Francisco, em 1540, do famoso adelantado Álvaro Nunes Cabeza de Vaca, cujo brasão da família aí se reproduz. Nesse mesmo escudete há uma referência à estada em São Francisco, em 1504, dos franceses, normandos de Honfleur de Paulmier de Goneville, do L’Espoir, a flor de liz do brasão da cidade de Honfleur.

No segundo escudete, as armas da família Sanábria recorda a tentativa espanhola de Juan e Diego Sanábria para o povoamento de São Francisco, em 1549, por ordem do Imperador Carlos V.

O báculo que se nota no escudete, recorda a existência do primeiro francisquense e catarinense ilustre, Fernando de Trejo y Sanábria, nascido neste município, em 1554, Bispo de Tucuman e Fundador da Universidade de Córdoba, na República Argentina.

O quarto escudete encerra, no primeiro quartel, as três “vieiras” dos Fernandes e recordam Antônio Fernandes, o povoador que primeiro obteve sesmaria para povoar a vila que se ia fundar em São Francisco, onde já existia uma capela de Nossa Senhora da Graça, primeiro ato jurídico, talvez, do passado francisquense.

No segundo quartel, a banda abocada de cabeças de serpentes dos Andrades, evoca a fundação da vila, por Manoel Lourenço de Andrade.,

O quinto escudete contém, no primeiro quartel, a cruz dos Rodrigues, evocando o Luiz Rodrigues Cavalinho, genro e  companheiro de Andrade. No segundo quartel, as aspas com a flor de liz dos Pires, que recorda o Desembargador Rafael Pires Pardinho, que reorganizou, em sua correição, os negócios jurídicos e administrativos da vila.

Na coroa mural, por cima da porta central, outro escudete encerra as chagas de São Francisco de Assis, e o resplendor das mãos, atributo de Nossa Senhora da Graça, padroeira da cidade e do município.

Como tenentes do escudo: à dextra, um bandeirante, revestido do seu característico gibão de armas, recorda a atuação das bandeiras de São Paulo, a quem se deve o definitivo estabelecimento de São Francisco; à senestra, um conquistador espanhol, revestido de armadura completa, de acordo com o modelo da Armeria Real de Madrid, rememora as tentativas castelhanas de apossamento do território francisquense.

No listel se inscreve a divisa ”IN LITTORE PRO BRASILIA VIGIL”- Sou a Atalaia Praiana do Brasil- (subentende-se”Sum” caracteriza o fato de que São Francisco foi, realmente, durante largos anos, o último posto ocupado pela conquista de nossa costa e a guarda avançada do Brasil.

Completam o brasão, ramos de mandioca e 3 espigas de arroz, produtos de grande cultivo no passado francisquense.